IFRN em pauta: Alunas com deficiência visual aprendem novas estratégias para mentalizar o conteúdo de disciplinas


Suzane Lins (em pé) ajudando as alunas a reconhecerem o mapa por meio do tato
Uma das missões do ensino a distância é oferecer atividades acessíveis para todos os públicos, adequando-as para as devidas especificidades dos alunos. E foi com o objetivo de oferecer uma formação complementar para alunas com deficiência visual do Curso de Licenciatura em Letras Espanhol que o Núcleo de Apoio a Pessoas com Necessidades Especificas do Campus Natal – Zona Leste do IFRN realizou na manhã da última terça-feira (28) uma oficina sobre Mapas Conceituais e Visuais.   
Segundo Suzane Lins dos Santos Viana, ministrante que conduziu a oficina, o Mapa Conceitual e o Visual são estratégias de ensino e aprendizagem que visam sintetizar conteúdos por meio da elaboração de esquemas gráficos. A graduanda é aluna do curso de Licenciatura em Geografia do Campus Natal-Central do IFRN.
A troca de experiências realizadas na oficina se apresentou como um momento especial na vida de Suzane Lins, por dar espaço para aspectos importantes na vida de pessoas que possuem algum tipo de necessidade educacional específica. “Eu acredito que os conceitos apresentados aqui ajudam no desenvolvimento da autonomia das alunas, pois demonstram uma possibilidade de sintetização de conteúdos seguindo o tempo particular delas e as formas que elas possuem para assimilar os assuntos, além de ajudar na carreira de docentes que elas buscam”, afirma.
Mapa mental utilizado na oficina
Para Luciana Maria da Silva Nascimento, uma das alunas com deficiência visual que participaram das atividades, o momento é de compartilhar ensinamentos. “Para mim, é uma experiência muito significativa e única que estamos tendo nessa oportunidade de entender um pouco sobre os recursos do mapa conceitual e mental. Eu não conhecia esse tipo de recurso quando enxergava e só vim aprender sobre o assunto quando perdi a visão. Graças ao trabalho realizado hoje, eu posso mentalizar o que é um mapa mental e conceitual”, relata ela, complementando que essas ferramentas de aprendizagem podem trazer autonomia para o ensino em sala de aula.
Participantes e auxiliares da oficina
Na opinião de Patrícia de Souza Silva, também deficiente visual, o momento trará para a sua formação uma valiosa abertura de caminhos a seguir. “É realmente uma abertura de possibilidades de se trabalhar com a questão de acessibilidade, principalmente para nós que temos deficiência visual. É sempre bom conhecer novos recursos”, avalia. Além disso, a graduanda em Letras Espanhol reconhece que o que foi aprendido na oficina poderá ser usado quando ela estiver na docência.
A tutora Eliane Galvão, que acompanha as alunas há três semestres, explica que a sua função é a de adaptar as atividades para as necessidades das discentes e que a oficina ajudará diretamente na disciplina de Metodologias de Ensino a Distância. “Elas estão cursando nove disciplinas e, nessa especificamente, elas partem do mapa mental para o conceitual, para assim possuírem uma melhor compreensão do que elas estão estudando e poderem colocar em prática”, finaliza a tutora.

Mapa mental x mapa conceitual

Da esq. para a dir: Patrícia Silva, Luciana Maria e Suzane Lins.
As diferenças entre mapas mentais e conceituais se concentram nos objetivos, possibilidades e aplicações particulares. No primeiro caso, o ponto de partida está no centro do que se pretende fazer, sempre partindo de uma figura-chave escolhida a partir da percepção pessoal de quem está fazendo o material. Essa figura central deve sempre ser escolhida de acordo com as lembranças do autor do mapa, tendo em vista que isso ajuda na memorização do que se está fazendo.
No mapa conceitual, o título é uma palavra e que fica no topo do quadro, é feito na vertical e com setas indicando o conceito a seguir e as possibilidades de variação. Aqui, a presença de imagens e figuras não é explicitamente necessária. Essa variação de mapa é bastante utilizada para a assimilação de conteúdos apresentados no ensino superior. 

Fonte: IFRN EaD

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