UFRN realiza projeto Agosto Lilás

 
 


 A Mostra do Invisível conta com cartazes tipográficos elaborados por alunos do curso de Design da UFRN – Foto: Cícero 

Realizado anual e nacionalmente, o Agosto Lilás tem o objetivo de fomentar a discussão sobre a violência de gênero. O tema possui relevância no âmbito dos serviços públicos ofertados à sociedade, tendo em vista o aumento vertiginoso dos casos no Brasil, como mostra o estudo do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA), no Atlas da Violência 2019. Os dados revelam um crescimento dos homicídios femininos no Brasil em 2017, com cerca de 13 assassinatos por dia, chegando ao total de 4.936 mil mulheres mortas, maior número registrado desde 2007.

A pesquisa revela ainda que entre 2007 e 2017 houve aumento de 20,7% na taxa nacional de homicídios de mulheres. Nesse intervalo , o Rio Grande do Norte apresentou o maior crescimento, com variação de 214,4%, seguido por Ceará (176,9%) e Sergipe (107,0%). Já no ano de 2017, o estado de Roraima respondeu pela maior taxa, com 10,6 mulheres vítimas de homicídio por grupo de 100 mil mulheres, índice mais de duas vezes superior à média nacional (4,7).

Diante dessa realidade nacional e local, a Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN) integra institucionalmente, pela primeira vez, a Campanha Agosto Lilás, debatendo sobre violência contra a mulher a partir do pressuposto de que esse tema se vincula à questão da saúde e da qualidade de vida, visto que são determinantes sociais, econômicos, políticos e culturais que precisam ser debatidos de maneira ampla e permanente.

De acordo com a diretora adjunta de Qualidade de Vida, Saúde e Segurança no Trabalho da UFRN, Gilvânia Morais de Araújo Fernandes, a ação foi baseada no Plano Estratégico de 2019 da instituição de ensino, que tem compromisso com a promoção do respeito à diversidade, da cultura da paz e dos direitos humanos, além da discussão e da problematização sobre as violências de gênero.
“É missão da UFRN formar uma sociedade crítica e, acima de tudo, humana. Nossa política de gestão de pessoas tem uma abordagem biopsicossocial, ou seja, não existe separação entre o ser humano trabalhador e o ser humano da vida privada porque eu continuo sendo quem sou quando estou trabalhando”, explica Gilvânia sobre a necessidade de discutir a temática no ambiente laboral.
Dentro da programação do Agosto Lilás haverá a Mostra Invisível, coordenada pela professora do curso de Design da UFRN, Luiza Falcão Soares Cunha. O projeto de extensão teve início no ano passado e visa discutir temáticas sobre a violência de gênero, por meio de cartazes produzidos pelos alunos da graduação de Design.

“A gente tem que começar a pensar o design como uma ferramenta social capaz de discutir certos temas com a sociedade e não somente no âmbito acadêmico. Usar o design para discutir esse tipo de temática é essencial para que a gente enxergue a profissão como um veículo de discussão social”, explica a docente.

No dia 14 de agosto, às 9h, no auditório da Diretoria de Atenção à Saúde do Trabalhador (DAS), acontece uma roda de conversa com o Debate sobre Violência contra a Mulher, com a participação da Secretaria Municipal de Mulheres (Semul), Secretaria de Estado das Mulheres, da Juventude, da Igualdade Racial e dos Direitos Humanos (SEMJIDH), Amélias-Mulheres do Projeto Popular e convidadas. Quem tiver interesse em participar pode se inscrever pelo Sistema Integrado de Gestão de Atividades Acadêmicas (Sigaa) ou pelo e-mail viveremharmonia@reitoria.ufrn.br (comunidade externa).

Para finalizar a programação, no dia 15 de agosto, haverá o Curso de Defesa Pessoal para Mulheres, com a Turma 1, às 9h, na sala de lutas do Ginásio Poliesportivo 1 da UFRN, e a Turma 2, às 14h, na sala multiuso da Divisão de Qualidade de Vida no Trabalho da DAS. As interessadas devem efetuar inscrição pelo Sistema Integrado de Gestão de Recursos Humanos (SIGRH).


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